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Chapare: O novo vírus fatal e sem cura que provoca febre hemorrágica

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Um novo vírus raro que causa febre hemorrágica e pode matar foi transmitido entre humanos na Bolívia, sendo este o primeiro caso oficialmente registrado.

De acordo com um artigo avançado pela BBC News, o primeiro surto teria ocorrido em 2019, na província de Caranavi, em La Paz. Dois pacientes com febre hemorrágica Chapare, doença provocada pelo vírus Chapare, infectaram três profissionais de saúde – um médico residente, um médico de ambulância e um gastroenterologista. Três dos indivíduos morreram, entre os quais dois médicos.

A confirmação de que ocorreu a transmissão de pessoa para pessoa do

Chapare

na Bolívia foi divulgada esta semana no encontro anual da Sociedade Americana de Medicina Tropical e Higiene.

O Chapare

integra a família dos arenavírus, a mesma de outros vírus que causam variedades distintas de febre hemorrágica. Normalmente os

arenavírus são transmitidos para os seres humanos através do

contato direto com roedores infectados, por mordidas ou arranhões, ou ao entrar em contacto com a saliva, urina e fezes desses animais.

Os cientistas creem que transmissão entre humanos se dê por meio de fluidos corporais como sangue, saliva, urina, sémen e secreções ou pelo

contato com objetos contaminados com fluidos corporais. Inclusive durante a realização de determinadas intervenções médicas, como por exemplo a intubação.

A descoberta resulta da colaboração entre investigadores do Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) – agência de pesquisa em saúde pública ligada ao Departamento de Saúde dos Estados Unidos -, do Centro Nacional de Doenças Tropicais da Bolívia e da Organização Pan-Americana de Saúde.

«É muito provável (que a transmissão seja por meio de fluidos corporais), com base nas evidências que temos nesses casos e também em exemplos na literatura médica sobre outros arenavírus», afirmou a virologista Maria Morales-Betoulle, uma das cientistas do CDC que participou da pesquisa, em declarações à BBC

News Brasil.

Sintomas e diagnóstico

Na atual pandemia

em que vivemos a atenção mundial permanece focada na ameaça da disseminação cada vez maior da Covid-19, porém cientistas como Morales-Betoulle continuam estudando e trabalhando para identificar possíveis novos vírus igualmente perigosos.

Normalmente, vírus transmitidos por fluidos corporais costumam ser contidos mais facilmente, comparativamente àqueles transmitidos pelo ar, como o novo coronavírus

SARS-CoV-2.

Todavia, aponta a BBC, a descoberta de que o Chapare pode ser transmitido entre humanos abre a possibilidade de surtos maiores no futuro.

De acordo com o

CDC, há outro registro da doença em 2003, igualmente na Bolívia, na província de Chapare, no departamento de Cochabamba. Nessa ocasião, o paciente morreu 14 dias após o aparecimento dos primeiros sintomas.

E os cientistas não descartam a hipóteses de que, no intervalo de 16 anos entre esse incidente e os de 2019, o Chapare tenha circulado incógnito sem ter sido identificado, confundido com outras patologias.

«Como os sintomas são semelhantes aos da dengue, há a possibilidade de que tenha sido diagnosticado de maneira errada», referiu Morales-Betoulle.

Os principais sintomas relatados nos casos de 2019 incluíram febre, dor abdominal, vómitos, sangramento das gengivas, erupções cutâneas, diarreia, irritabilidade e dor por trás das órbitas oculares.

«O primeiro infectado era um trabalhador agrícola. Adoeceu, foi ao hospital, recebeu diagnóstico de dengue e foi enviado de volta para casa. Como continuava piorando, retornou ao hospital», disse a virologista

à BBC

News.

Em zonas

agrícolas, roedores infectados podem contaminar cereais armazenados. Sendo que há provas de que o vírus havia infetado roedores na região do surto, apesar de ainda não existir a confirmação absoluta de que os animais foram os propagadores.

Sem cura

Ainda não há qualquer tratamento para o Chapare, e os pacientes recebem somente cuidados para aliviar os sintomas, tais como fluidos intravenosos ou medicamentos analgésicos.

Mais ainda, o

CDC

aponta que, devido ao número diminuto de casos registados, dados acerca do período de incubação e a progressão da doença são limitados. Apesar de em geral, os

arenavírus

têm um período de incubação entre quatro e 21 dias.

«Sabe-se pouco sobre possíveis complicações de longo prazo ou imunidade após infecção com o vírus», contemplou o CDC.

Neste momento Morales-Betoulle destaca a importância

e a necessidade imperativa da colaboração entre cientistas de múltiplos países e organizações para o diagnóstico de possíveis casos.

A virologista

sublinha que é preciso continuar a investigar o ainda ‘enigmático’ e alusivo vírus de modo a entender a

capacidade de causar surtos.

«Ainda temos muito a investigar», conclui Morales-Betoulle.

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